segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Estados e municípios podem financiar laptops para cada aluno




Em cerimônia no Palácio do Planalto, primeiras adesões de prefeitos ao Programa Um Computador por Aluno foram assinadas
Governadores e prefeitos que quiserem participar do programa Um Computador por Aluno já podem assinar contratos de adesão à licitação realizada pelo Ministério da Educação para comprar os equipamentos. Em cerimônia na tarde desta segunda-feira no Palácio do Planalto, Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro, foi o primeiro a declarar interesse em participar, inclusive, da linha de crédito que será liberada pelo governo federal para custear os laptops.
As primeiras experiências do projeto – que possui semelhanças outras iniciativas de popularizar a ideia de que cada estudante tenha seu laptop em todo o mundo – foram realizadas no Brasil em 2007. Naquele ano, cinco escolas participaram de experiências iniciais com os equipamentos em sala de aula. Em junho deste ano, o programa foi instituído por decreto presidencial e se tornou parte da política nacional de tecnologia educacional do MEC.
Hoje, cerca de 300 escolas da rede pública utilizam 150 mil computadores. Além dos equipamentos, os professores desses colégios recebem treinamento para aprender a trabalhar com os estudantes. Agora, espera-se atender pelo menos 25% dos alunos da rede pública. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai liberar recursos suficientes para que Estados e municípios interessados atendam essa parcela de seus alunos. Um total de R$ 650 milhões foi liberado para o programa.
Colocar em prática o plano de que cada estudante tenha um laptop à sua disposição em sala de aula ainda é um sonho distante. Segundo o ministro da Educação, Fernando Haddad, não há uma expectativa de tempo necessária para que a proposta se concretize. “Estamos satisfeitos em poder reduzir o custo da aquisição dos equipamentos a cerca de 200 doláres. Nesses valores estão incluídos instalação e treinamento dos professores nas escolas, inclusive. Dependemos agora do interesse das prefeituras e governos para aderir ao programa”, diz.
Para ele, o mais importante é que o pregão eletrônico para a compra dos computadores está organizado e pode ser repetido caso o primeiro não seja suficiente para atender a demanda das escolas estaduais e municipais. “Estamos melhorando nossa forma de comprar e oferecendo o que há de melhor a nossas escolas”, afirmou. “Mas tecnologia não faz educação. Precisa ser combinada com a formação dos professores”, ressaltou.
Licitação
Todo o processo de aquisição dos computadores será organizado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). O órgão do Ministério da Educação conseguiu preços mais baixos por causa da quantidade licitada para todos os Estados e municípios juntos. Assim, governadores e prefeituras interessadas em comprar os equipamentos com os recursos próprios ou do BNDES podem aproveitar os preços mais baixos e não precisam organizar uma licitação em separado. Basta aderir ao processo iniciado pelo FNDE.
Durante a cerimônia, Haddad e Lula inauguraram também, simbolicamente, 31 campi de institutos federais de educação, ciência e tecnologia. Alguns deles já estavam em funcionamento, mas não haviam sido oficialmente inaugurados, de acordo com a organização do evento. Com as unidades, a meta projetada por Lula para expansão da rede técnica federal – 214 novas escolas – foi cumprida. “A rede federal vive seu melhor momento”, disse Haddad.
O ministro lembrou ainda que o investimento na rede federal é estratégico para o País tanto na formação de mão-de-obra qualificada como na sua utilização como referência de ensino para a rede pública e a própria rede privada. "Os dados do Pisa (avaliação educacional internacional) mostram que a rede federal tem o melhor ensino médio do País. O ideal seria triplicarmos as matrículas nessas escolas para darmos conta de atender a demanda da indústria, serviços e desenvolvimento do Brasil", ressaltou.

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